quinta-feira, 26 de maio de 2011

Händel e Nichos de Mercado. Hã?

UÔU! Outro post barroco! Quase clássico prá variar um pouco. Então meus caros, estava fazendo um sanduiche de queijo e me passou pela cabeça a idéia de ponderar um pouco sobre nichos de mercado. Nesse insight me passou pela cabeça, também, um dos mais ecléticos compositores. Georg Friedrich Händel! Com certeza vocês conhecem ele pelo famosíssimo coro Hallelujah, do oratório Messiah. Prá quem ainda tá perdido vejam o video abaixo e se situem:


Lembraram? Então, esse gordinho simpático foi um dos primeiros compositores a não ter medo de fazer versões de músicas conhecidas e pensar em nichos de mercado. Sim minha gente, isso é um paralelo histórico ok? Então prestem atenção. Händel nasceu em uma família extremamente ordinária. A contragosto do pai, que o queria advogado, estudava cravo escondido, até que seu talento foi revelado e blablablabla, ok, mas meu ponto é: Händel sabia atender seus clientes. Sem frescuras Händel compunha para anglicanos, católicos, calvinistas e luteranos. E o mais interessante de tudo é que ele fazia o que ninguém fazia na época: versões! Para clientes com gosto francês e admiradores de Couperin, lá estava Händel compondo "ao estilo" de Couperin. Para clientes com gosto alemão e admiradores de Bach, lá estava Händel compondo "ao estilo" de Bach. E assim podemos ouvir as versões mais descaradas da história da música!
Uvedale Price, um arquiteto/escritor/amante das artes, escreveu em 1798:

"Se houve algum dia um gênio realmente grande e original em qualquer arte, Händel foi este gênio na música; e mesmo assim, o que pode parecer um paradoxo, jamais houve um plagiário maior. Ele tomava sem escrúpulos e sem dissimulação tudo o que servia ao seu interesse... mas tudo o que Händel roubava, ao fazer passar por seu pequeno laboratório mental, mesclando com suas próprias idéias, se tornava tão seu como se ele mesmo fora o criador. Como a abelha, que retira as doçuras de várias flores e as transforma em uma substância única que ninguém pode imitar, através desta maneira de trabalhar ele frequentemente deu a algo que passou despercebido em sua situação original um sabor de elevada e rara qualidade: a Händel poderia muito bem ser aplicado o que Boileau, com mais verdade que modéstia, disse a seu próprio respeito - mesmo imitando, sempre original"."

Mas afirmo e confirmo meus caros: que plágio que nada! Isso era consciência mercadológica!

Deixo vocês com a grande marmota musical de Händel: a Suite nº8 para cravo em Fá menor.


Enjoy!

 

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